Sistema de ônibus de SP transportou 6 mi a mais em 2013

Para especialistas, Bilhete Único Mensal e faixas exclusivas à direita fizeram coletivos reverterem perda de passageiros vista em 2012

Caio do Valle, O Estado de S. Paulo, 17 de janeiro de 2014

Revertendo uma tendência de queda, o número de passageiros que utilizaram os ônibus municipais da capital paulista cresceu em 2013, ano em que a Prefeitura de São Paulo adotou políticas como a criação de faixas exclusivas para coletivos e o Bilhete Único Mensal.

Em 2014, quantidade de usuários deve subir mais
Dados da São Paulo Transporte (SPTrans) mostram que 6 milhões de usuários a mais circularam no sistema, atingindo a marca de 2,923 bilhões de pessoas transportadas. Em 2012, a quantidade de passageiros havia sido 24 milhões menor do que em 2011. Aquela foi a primeira vez em uma década que a curva de usuários dos ônibus paulistanos caiu em vez de subir. Agora, no entanto, a situação é a oposta. Nas projeções da Prefeitura, o patamar chegará a 2,937 bilhões de passageiros transportados no fim de 2014, nível próximo ao de três anos atrás. Continue lendo

Por que estamos nas ruas

thumb-110611-protesto-sao-paulo-resizedO impacto violento do aumento das tarifas no bolso da população faz as manifestações extrapolarem os limites do movimento

Nina Cappello, Erica de Oliveira, Daniel Guimarães e Rafael Siqueira, Folha de S.Paulo, 13 de junho de 2013

O modelo de transporte coletivo baseado em concessões para exploração privada e cobrança de tarifa está esgotado. E continuará em crise enquanto o deslocamento urbano seguir a lógica da mercadoria, oposta à noção de direito fundamental para todas e todos.

Essa lógica, cujo norte é o lucro, leva as empresas, com a conivência do poder público, a aumentar repetidamente as tarifas. O aumento faz com que mais usuários do sistema deixem de usá-lo, e, com menos passageiros, as empresas aplicam novos reajustes. Continue lendo

Diesel, combustível que mais polui, já responde por 53% das emissões de CO2

O diesel, usado principalmente no transporte de carga, é o combustível que mais tem colaborado para as emissões pelos escapamentos de dióxido de carbono (CO2), o principal gás de efeito estufa, no Brasil. Em 2009, o diesel respondeu por 53% das emissões do transporte rodoviário do País, seguido pela gasolina, com 26%.

Afra Balazina, O Estado de S. Paulo, 11-02-2011.

O primeiro inventário nacional de emissões veiculares mostra que a grande participação desse derivado do petróleo nas emissões de gases que provocam o aquecimento global tende a se manter: em 2020, deve ser responsável por 49% das emissões de CO2. Continue lendo

The New Silk Road

Beijing is reviving the idea of ‘empire’ with the launch of the world’s most ambitious high-speed rail line.

Melinda Liu, Anna Nemtsova and Owen Matthews, Newsweek, 30, 2010

Thousands of years ago, trade caravans packed with spices and silk crisscrossed the Eurasian land mass along routes collectively known as the Silk Road. These caravans connected Constantinople to China’s then-capital, Changan, and even today the city (now Xian) has an ancient Muslim quarter and a self-assuredness evoking that bygone era. In those days, all roads led to China, which lived up to its name as the Middle Kingdom. (In Chinese the country is called Zhongguo, literally Middle Country.) Now with an audacious scheme to link 17 countries with more than 8,000 kilometers of high-speed railway—ultimately capable of transporting cargo as well as passengers all the way to London—China hopes to revive its role at the center of the universe.

Even by larger-than-life Chinese standards, the plans seem mind-boggling. The first long-distance line inside China, linking inland Wuhan to coastal Guangzhou, opened in December, hit-ting top speeds of 350kph, faster than the speediest trains of Europe or Japan. Beijing hopes to have 800 bullet trains running across China by 2013 and, soon after that, across the border. Two networks will connect China to Europe—with terminuses in London and Berlin—and a third will link to Vietnam, Thailand, Burma, Malaysia, and Singapore. Chinese engineers have begun work in Burma, and Beijing says Central and Eastern European countries are keen for the building to start. The planned rail deals will vastly improve China’s ability to transport crucial energy resources from suppliers in developing countries. “If the system is completed, it’ll be more convenient for us to tap into natural resources, especially oil and gas, in Myanmar, Iran, and Russia,” says Wang Mengshu, a Jiaotong University professor and consultant to China’s high-speed-rail projects. Continue lendo

Uma lógica para os transportes

Washington Novaes, O Estado de S.Paulo, 26 de fevereiro de 2010

Tal como o tema da transposição de águas do Rio São Francisco, assombração que aparecia e desaparecia no Brasil ao longo de mais de um século, até o projeto ser levado à prática (contrariando cientistas, técnicos, ambientalistas, comitê de gestão da bacia, etc.), outra assombração recorrente volta mais uma vez ao noticiário – o projeto da Hidrovia Araguaia-Tocantins, talvez estimulado pela defesa que dele fez o ministro do Meio Ambiente, ao anunciar o veto às hidrelétricas no primeiro rio, em julho do ano passado, bem como um projeto do governo do Pará de operacionalizar essa hidrovia. Continue lendo

Trem toma lugar de caminhão em Santos

Agnaldo Brito, Folha de S.Paulo, 3 de agosto de 2008

Duas locomotivas a plenos pulmões arrastam os 73 vagões carregados de grãos até o corredor de exportação, na Ponta da Praia, no porto de Santos (SP).

O apito estridente da máquina vai abrindo caminho por entre carretas e gente. O vaivém dos trens tem se tornado mais freqüente, e a predominância da frota de até 13 mil caminhões diários na área portuária parece ameaçada. Continue lendo